quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Máscara em Bettas

A Máscara (Mask) é uma das mais belas e desejadas características dos Bettas. Tipicamente, Bettas de qualquer cor iridescente tem uma cabeça de aparência negra (que é considerada sem máscara). Devido à criação intensiva e cuidadosa cruzando genes metálicos com iridescência, desenvolveram-se Bettas para apresentar cores iridescentes em que a cabeça/face tem a mesma cor de seu corpo, dando a aparência de uma máscara.


Sem Máscara (Non Masked)

Sem Máscara X Sem Máscara = Filhotes 100% Sem Máscara.

Em alguns casos:
Sem Máscara X Máscara = Filhotes Sem Máscara com genótipo de Máscara (O gene de Máscara é recessivo).


Máscara Heterozigótica (Também chamada de Máscara Parcial)

Em alguns casos:
Sem Máscara  X  Heterozigótico = Filhotes 75% Sem Máscara, 25% Heterozigóticos (Parcial).  Neste caso, o gene de Máscara é dominante.

Heterozigótico X Heterozigótico= Filhotes 50% Sem Máscara, 25% Heterozigóticos (Parcial) e 25% Homozigóticos (Máscara completa).


Máscara Homozigótica (Máscara Completa)


Heterozigótico x Homozigótico= Filhotes 50% Heterozigóticos (Parcial), 50% Homozigóticos
Homozigótico x Homozigótico = Filhotes 100% Homozigóticos (Máscara Completa).


Fonte de Consulta:

http://www.bettachoice.com/

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Produzindo Doubletails


Doubletails são produzidos por um gene mutante que faz com que a nadadeira caudal seja dividida em duas partes. Uma característica secundária produzida por esta mutação é uma barbatana dorsal tremendamente alargada. Tem sido sugerido que o traço DT transforma a parte superior do betta de modo a refletir sua parte inferior, produzindo uma nadadeira anal e cauda extras em cima do peixe.
De acordo com esta teoria, a dorsal doubletail é muitas vezes maior do que a dorsal de um Betta normal. Na verdade, as barbatanas dorsal e anal em DTs parecem ser aproximadamente do mesmo tamanho e largura.
A mutação que causa a DT é recessivo para o Singletail normal (ST). Cruzando um DT com uma ST irá resultar em 100 filhotes ST, com aproximadamente 75% carregando o gene recessivo DT. Costumava-se pensar que um cruzamento DT x ST iria produzir genótipos DT 100%, mas tenho experiência em produzir o mesmo peixe macho (ST / dt) para duas fêmeas irmãs de uma mesma desova. Uma das fêmeas produziu 25% de DT de seu cruzamento com este macho e a outra fêmea não produziu nada de DT. Mais tarde, fiz um cruzamento de um DT macho com uma irmã ST da mesma desova e fui recompensada com uma grande semente que não resultou prole DT - nenhuma! Então, só posso concluir que o gene DT não afeta todos os membros de uma semente, como anteriormente se pensava.
A primeira geração de um cruzamento ST x DT são referidos como Singletails com geno doubletail, ou ST / dt. Cruzamento de dois peixes ST / dt quase sempre vai render alguns DT (geralmente cerca de 25%). Cruzando um DT (DT ou dT / dt) com um ST/dt normalmente irá produzir um maior número de DT, em torno de 50%. Cruzando-se DT x DT normalmente teremos 100% de DT, mas estes cruzamentos, muitas vezes, apresentam problemas, como caudas fundidas, espinhas dobradas, ou corpos deformados. Estes problemas podem ser minimizados em desovas DT x DT usando apenas peixes sem imperfeições graves.
É prática comum hoje entre os criadores de bettas usar o DT para melhorar as suas linhagens de ST, aumentando o volume de nadadeiras e largura da barbatana dorsal. Isso pode ser feito logo na geração F1, mas com a criação seletiva pode ser reforçada de modo que o betta ST tenha uma dorsal quase tão larga quanto a de um DT!
Um novo desenvolvimento e agradável desenvolvimento é o DT HM, onde a sobreposição das nadadeiras caudais pode se espalhar para uma faixa de 180 graus ou mais. Isso, combinado com a relação simétrica do dorsal vs o anal, produz certamente um betta muito impressionante!

fonte: http://bettysplendens.com/articles/page.imp?articleid=879

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Guia de Cuidados com Bettas Doentes


Manual das principais doenças que afetam os bettas, é só clicar no link abaixo.

http://vitoriareef.com.br/portal/index.php?option=com_content&task=category&sectionid=5&id=27&Itemid=39

Alimentação - Bloodworms

Bom Galera, sei que para quem mantem muitas espécies fica inviavel, por esse metodo dar para todos os peixes, mas sempre ajuda para peixes doentes ou para os recém chegados.
Blood worms, são larvas de mosquito do genero Chironomus, uma espécie muito comum em nossa região e com biologia amplamente conhecida. As larvas dessa espécie vivem em rios e córregos, podem ser utilizadas como ferramenta de trabalho para se detectar diferentes tipos de fontes de poluição, como despejos de esgotos, metais, pesticidas e desmatamentos e ainda como alimento congelados ou vivos para nossos peixes, desde que cultivados de forma adequada.
Então vamos para o que mais interessa!!!
Como Criar!!!
- Os ovos desse mosquito você pode conseguir com um amigo ou com algum laboratório de ecotoxicologia ou até mesmo pegando algumas larvas:
 eu mantenho da seguinte forma:
- Os primeiros ovos você poderá colocar em um pote de 2 litros com aproximadamente 1 litro de agua “descansada”  (agua que passou pelo menos 3 dias separada em um pote para evaporar o cloro), coloque um pouco de turfa, bem pouco mesmo, para que as larvas construam seus tubos, e alimente com ração para peixes. Na boca desse pote coloque uma garrafa pet com uma rede de tule no lugar da tampa (você poderá usar o anel da tampa para prender a rede na boca da garrafa, como na imagem abaixo:
frasco de criacao
OBS: Reparem os tubos das larvas no fundo do Pote
Assim que os  adultos emergirem, eles acasalarão e as femeas desovarão na superficie da agua.
quiro
Dentro de aproximadamente dois dias eles acabam  morrendo.
Os ovos eu retiro e coloco em uma bandeja com agua “descansada” e com um pouco de turfa no fundo para eclodir.
bandeja1
São facilmente identificado, eles ficam em uma massa gelatinosa colado na parede do pote bem próximo a superficie, como na figura abaixo:
cordao
Assim que eclodem eu seleciono algumas larvas para voltarem ao pote uma média de 20 larvas já é o suficiente, o restante eu dou para os peixes!!!
bloodworms2
mas tome cuidado para as larvas não vivarem pulpas na bandeja
pulpa-de-chiro1

fonte: http://gckbr.com/?p=248.

Alimentação - As Enquitréias e os Vermes de Grindall

Marcos Giampietro

Um rápido manual sobre esses nematóides tão amplamente cultivados por criadores e hobistas pelo mundo. Uma pequena contribuição para que você possa sozinho fazer, manter e repicar com êxito sua cultura.

O recipiente


Particularmente prefiro as caixas de isopor tratadas, vamos tratar a sua?
Em uma caixa de 3 litros aplique uma fina camada de silicone e deixe secar por 24 horas.
Este procedimento vai evitar que a cultura perca a umidade pois mesmo as caixas de qualidade superior apresentam uma certa permeabilidade, com a camada selante do silicone evitamos esta perda.

O substrato

Existem muitas tipos de substratos e cada criador utiliza o seu de acordo com suas necessidades e facilidades.
Eu venho utilizando por anos o carvão ativo com muito sucesso.
Vamos preparar o seu para o uso?
Depois de adquirir seu carvão deixe o mesmo de molho por 24 horas.
Após este período, lave-o em água corrente procurando atrita-los entre sí para soltar toda a foligem.
Escorra bem para que fique apenas úmido, nunca encharcado!
Coloque-o na caixa que usaremos para manter a cultura.

Os nematóides

Tanto as enquitréias quanto os vermes de grindall vivem e se reproduzem muito bem nesse ambiente que criamos pois ambos gostam da umidade, o escurinho e o alimento farto.
Após adquirir um inóculo dos nematóides de sua preferência você vai simplesmente transferir o carvão em que vieram para a caixa que montamos para formar a nova cultura.
A cultura que enviamos é forte o suficiente para que você repique em pelo menos 3 novas culturas, mas se quiser começar a coletar imediatamente sugiro que transfica a cultura completa.
Normalmente os amigos criam nas próprias caixas em que enviamos, tal procedimento está correto, mas como é um ambiente reduzido devemos ficar atentos com a qualidade do substrato. Vou explicar mais na fente na parte de manutenção da cultura.

A alimentação

Esses pequenos seres se alimentam de tudo mas devemos lembrar sempre que o alimento que você está dando aos vermes é o que você está dando aos seus peixes, portanto, prefira alimentos realmente nutritivos.
Pela praticidade usamos a aveia em flocos mas fizemos testes muito bons com ração para gato e (não vale rir) salsicha.
Marcos endoidou? Não meus amigos!


Experimento #1 - Ração para GATOS


Apresentou um rendimento superior ao trato com aveia em pó, é mais prático pois você vai alimentar 1 vez e a cada 5 ou 6 dias. Não posso deixar de lembrar que sua cultura deve ser mantida sempre úmida, portanto se optar por alimentar com ração não esqueça de borrifar água na cultura sempre que notar o ressecamento do carvão.




Experimento #2 - Salsicha Cozida





Apresentou um rendimento superior ao trato com ração de gato,  tem a mesma praticidade da mesma pois você vai alimentar 1 vez e a cada 5 ou 6 dias. Lembre que sua cultura deve ser mantida sempre úmida, portanto se optar por alimentar com ração não esqueça de borrifar água na cultura sempre que notar o ressecamento do carvão.



Conclusão


O uso da salsicha e da ração de gato são aliados importantes no fortalecimento de nossa cultura quando nos referimos a produção de nematóides, evidentemente existes outros fatores intervenientes neste processo que devem ser levados em consideração.
A aveia apesar de apresentar menor rendimento é a que menos suja o substrato, por isso aconselhamos seu uso diário, na formação de novas culturas será sempre bem interessante o uso da salsicha pois apresenta um rendimento bem superior aos outros alimentos.


Manutenção da Cultura

Evidentemente sua cultura exige uma manutenção, pois o substrato acaba ficando saturado de matéria orgânica, o que altera seus parâmetros e pode levar sua cultura a falência total ou diminuição da produção.

Em uma cultura feita nas caixas de 3 litros você deverá realizar o trato do substrato a cada 3 meses em média, enquanto nas pequenas caixas em que as culturas são enviadas essa manutenção deverá ser feita mensalmente.

Remova a camada superior da cultura onde se encontra os vermes e reserve.

Pegue o restante do carvão e lave bem em água corrente atritando os grânulos de carvão entre si.
Escorra toda a água e devolva cuidadosamente o carvão para a caixa que deverá estar lavada e já com a camada que vc retirou os nematóides no fundo, alimente e os vermes irão parar na camada superior limpa enquanto o pouco carvão sujo que restou estará no fundo e será lavado na próxima manutenção.


Um GRANDE abraço a todos, não deixem de contribuir para nosso fórum postando lá suas dúvidas!

fonte: http://www.marcosbetta.com/site/page.php?29

Alimentação - Dáfnias: características e cultivo

Como se tem observado, a alimentação viva é muito importante para espécies criadas em aquários, pois possuem os mesmos valores nutritivos que os peixes encontram na natureza. Entre os alimentos mais utilizados pelos aquaristas, encontramos a dáfnia (Daphnia sp.), rica fonte de iodo, fósforo e cálcio, chamada também de pulga d’água.
Na verdade, as dáfnias são pequenos crustáceos da subordem Cladocera, medindo cerca de 2 a 4mm de comprimento. Na natureza vivem em lagos e charcos, locais de águas paradas e ricos em matéria orgânica. De aparência semelhante a uma pulga, seu corpo é ovalado e recoberto por uma espécie de concha transparente, com duas valvas que lhe servem de esqueleto. A cabeça é grande e os olhos são bem desenvolvidos. Possui 2 pares de antenas, sendo que o segundo par é bem desenvolvido e é por meio dele que as pulgas-d’água se locomovem, impulsionadas por pequenos saltos bruscos. O movimento é na maioria das vezes no sentido vertical e quase sempre espasmódico. A dáfnia dá golpes para baixo usando as antenas e é impulsionada para cima, depois submerge lentamente, utilizando as antenas como se fossem pára-quedas.
As dáfnias possuem geralmente 5 pares de apêndices corporais com forma achatada. O movimento contínuo desses apêndices promove uma corrente de água para dentro do corpo, sendo filtrada por cerdas localizadas na base dos apêndices. Eles funcionam como bomba d’água e filtro, um mecanismo muito eficiente para a coleta de plâncton, que é o alimento básico desses diminutos animais (uma colônia de dáfnias limpa, em pouco tempo, um aquário de água esverdeada repleto de plâncton).
A coloração das dáfnias varia de acordo com a presença de hemoglobina em seu sangue. As que vivem em águas bem aeradas (com grande quantidade de oxigênio dissolvido) não fabricam hemoglobina e têm a coloração branca. Já aquelas que vivem em águas estagnadas são vermelhas, porque precisam produzir hemoglobina para capturar o pouco oxigênio encontrado na água. Quando elas se transportam de um lugar pouco aerado para um outro com mais oxigênio, o excesso de hemoglobina é destruído e isso libera ferro, fazendo com que a coloração das dáfnias fique entre preta e cinza.
Apesar de ser um alimento altamente nutritivo para os peixes, as dáfnias não devem ser ministradas mais de 2 ou 3 vezes por semana, devido à grande quantidade de vitamina A que possuem. Essa vitamina só é benéfica em pequenas quantidades. Um procedimento correto é usar as dáfnias como parte de uma dieta mista e variada (os peixes podem ficar “viciados” em dáfnias e no inverno, época onde são encontradas com certa dificuldade, você terá problemas para alimentar seus exemplares). Elas devem ser servidas vivas e sempre em pequenas quantidades, pois além de serem grandes consumidoras de oxigênio, quando colocadas em quantidades superiores às que os peixes comem, elas morrem em 1 ou 2 dias e poluem a água do aquário.
A melhor época para se capturar ou cultivar as dáfnias é durante o verão e primavera, períodos em que sua concentração atinge números altíssimos devido à elevação da temperatura, que permanece entre 26º e 32ºC e facilita sua reprodução.
Criação
Um bom conselho aos aquaristas, é que eles tenham sua própria produção de dáfnias, o que não é muito difícil quando feita no verão. Ovíparas, as dáfnias deverão ser cultivadas em recipientes não metálicos para propiciar uma boa proliferação do plâncton. Você poderá usar um aquário ou reservatório plástico com capacidade para mais de 100 litros (recipientes menores não darão bons resultados) ou então uma caixa-d’água de 500 litros.
Coloque o recipiente em local aberto e onde bata bastante sol. A temperatura deve estar entre os 26º e 32ºC e, durante o inverno, o tanque terá que ser mantido em local aquecido (a instalação de uma lâmpada comum já resolve o problema). Encha-o de água doce e acrescente 2 colheres de sopa de pó de coral para auxiliar na criação de microalgas e algumas folhas de verduras secas ao sol, que propiciarão o desenvolvimento de infusórios.
Cerca de 4 dias depois, a água já estará verde e pronta para receber as dáfnias, que poderão ser coletadas ou compradas em lojas. Alimente-as com infusórios, caldo de legumes e caldo de coração de boi, espinafre batidos (uma folha de alface no tanque garante a reprodução constante de infusórios, não sendo assim necessário dar outro tipo de alimento). Após algumas semanas, já é possível notar uma nuvem vermelha (quando a aeração for baixa) de dáfnias próxima à superfície. Quanto maior a temperatura da água, maior será seu crescimento e multiplicação.
Nas concentrações desses pequenos crustáceos, o número de machos é muito reduzido e às vezes pode até mesmo não haver nenhum, o que torna comum a partenogênese (óvulos não fecundados desenvolverem-se normalmente e resultam em animais idênticos à mãe). Esse processo é usado para economizar tempo e energia. Na natureza, as gerações onde existem os dois sexos ocorrem nos períodos de maior oferta de alimento e as gerações só de fêmeas nas épocas de pouca comida. Numa criação em aquário, normalmente há grande quantidade de alimentos e talvez nunca ocorra uma geração exclusivamente de fêmeas.

fonte: http://www.portalnetuno.kit.net/dafnias.htm

Fotos - Amano Takashi

 

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Fotos - Uma viagem a Bangkok: A capital da aquariofilia e aquicultura

 

Cuidados - Receita caseira para medir ph da água

Com uma receita simples e caseira pode-se saber se a água está acida ou não

material ou ingredientes:
algumas folhas de repolho roxo
1 tijela
1 panela
1 peneira
a água a ser avaliada
Procedimento:
Separe e pique algumas folhas de repolho roxo dentro de uma panela
Adicione um pouco de água da torneira e ferva por 10 minutos. Deixe esfriar, coe e reserve. Este será o seu 'suco indicador'.
Coloque a água ( de rio, de lago, poço ou chuva) em uma tijela ( branca de preferencia) e jogue o 'suco indicador'. Observe a cor.
Senão houver mudanças no tom de roxo o pH é neutro. Se ficar azul é basica. E se ficar rosa, a água é ácida.

Espero que seja útil e de interesse de vocês

fonte: http://www.jardineiro.net/phpBB/viewtopic.php?f=13&t=1683

Coletânea de projetos de filtros caseiros

 


Alimentação - Como eclodir e criar artêmias

Tendo visto muitas cartas sobre como criar camarão de água salgada, eu decidi criar um FAQ sobre a cultura de artêmia. Esta não é, de modo algum, a fonte definitiva, e será expandida à medida que eu for colhendo informações. Eu reuni essas informações com base em vários livros, publicações e em minha própria experiência em criar esses “sujeitos”. Existe uma abundância de informações lá fora, que eu não incluí neste FAQ, visto não fazerem parte do nosso objetivo de criar essa pequena “criatura”. De qualquer modo, aqui está, espero que você o ache útil.

O que este FAQ contém?

   1. Descrição Geral
   2. Requisitos para o cultivo
   3. Colheita
   4. Alimentação
   5. Artêmias adultas
   6. Manutenção
   7. Localização de pequenos problemas
   8. Armazenamento
   9. Descapsulando cistos

1. Descrição Geral

O camarão de água salgada (artêmia), pertence ao filo Arthropoda e à classe dos crustáceos. Artêmias são zooplanctons como Copepoda e Dáfnia, os quais também são usados como alimento vivo em aquários. O ciclo da artêmia começa através de cistos hibernantes encubados ("ovos"), que são embriões enclausurados metabolicamente inativos. Os cistos podem permanecer adormecidos por muitos anos, desde que sejam mantidos secos e livres de oxigênio. A melhor forma de armazenarmos cistos de artêmia é em recipientes hermeticamente selados, em um ambiente frio e seco e se possível no vácuo. O refrigerador é geralmente o melhor lugar.

Quando os cistos são devolvidos à água salgada, eles se reidratam e reassumem o desenvolvimento. Depois de 15 ou 20 horas, a uma temperatura de 25°C, os cistos se rompem e o embrião abandona a carapaça. Por algumas horas, o embrião fica preso abaixo da casca do cisto ainda envolvido em uma membrana. Esse estágio é chamado de “guarda-chuva”. Durante esse estágio, o náuplio completa seu desenvolvimento e emerge como um livre nadador. Em seu primeiro estágio larval, o náuplio é de cor laranja castanho devido à sua reserva de alimento. A artêmia recém eclodida não se alimenta, porque sua boca e ânus não estão totalmente desenvolvidos. Aproximadamente 12 horas após a eclosão, eles assumem o segundo estágio larval e começam a se alimentar de partículas de microalgas, bactérias e detritos. Os náuplios irão crescer e passar por 15 mutações antes de atingir a fase adulta em no mínimo 8 dias.

A artêmia adulta mede em média 8 mm de comprimento mas pode atingir 20 mm em condições ideais. É 20 vezes maior e possui 500 vezes mais biomassa do que quando é um náuplio. Em baixa salinidade e níveis de alimentos favoráveis, as fêmeas fertilizadas normalmente produzem náuplios que já nadam livremente numa taxa de até 75 náuplios por dia. Elas irão produzir em média de 10 a 15 ninhadas durante os seus 50 dias de vida. Em condições propícias, uma artêmia adulta pode viver até 3 meses e produzir até 300 náuplios ou cistos a cada 4 dias. A produção de cistos é induzida pelas condições de salinidade alta, escassez de alimento e/ou baixa oxigenação (menor que 2 mg/L).

Os adultos podem tolerar breve exposição a temperaturas tão extremas quanto 18°C e 40ºC, sendo que a temperatura ideal para o cultivo é de 25°C a 30°C, mas existem diferenças de uma região para outra. As condições ideais para a Baía de São Francisco é de 22ºC, contra 30°C para a artêmia do Great Salt Lake. O camarão de água salgada (como é conhecida em muitas regiões) prefere uma salinidade entre 30-35 ppt (densidade entre 1.020 e 1.025) e pode viver em água doce por aproximadamente 5 horas. Deve-se tomar cuidado para não superalimentar o aquário de água doce, pois após morrer, a artêmia se decompõe muito rapidamente. Muitos peixes de água doce toleram e até mesmo prosperam em água salobra (1-5 ppt) o que torna possível o acréscimo de sal na água do aquário e prolongando assim, se necessário, a sobrevivência das artêmias.

Outras variáveis de grande importância são: pH, luz e oxigênio. Um pH por volta de 8,0 é melhor. pH menor que 5,0 e maior que 10,0 matará a cultura. O pH pode ser aumentado com bicarbonato de sódio e diminuído com ácido clorídrico bem diluído. Uma boa iluminação será necessária para a criação, uma lâmpada normal tipo growlight, dessas disponíveis em lojas de aquário é adequada. O mais importante é o nível de oxigênio na água. Com um bom fornecimento de oxigênio, as artêmias assumem uma cor rosa pálido ou amarelo, ou se forem alimentadas intensamente com algas, serão verdes. Nessas condições ideais, o crescimento e a reprodução serão rápidos e será possível um fornecimento auto-suficiente de artêmias. Se houver um nível baixo de oxigênio na água com excesso de matéria orgânica, ou uma salinidade alta devido à evaporação natural, as artêmias irão se alimentar de bactérias, detritos e células fermentadas, mas nenhuma alga. Sob essas condições, elas produzirão hemoglobina e apresentarão uma a cor vermelha ou laranja. Se essa condição persistir, elas começarão a produzir cistos e a colônia poderá falir. É muito importante ter um fornecimento de ar vigoroso no tanque por dois motivos: Primeiro, para manter o alimento disponível em suspensão, onde ele será filtrado pelas artêmias, e segundo, para promover a boa oxigenação do sistema. [Início]

2. Requisitos para o cultivo

As condições favoráveis para o cultivo de artêmia são: Temperatura de 25°C, densidade de 1.030, aeração forte e contínua, iluminação constante de 2000 Lux e pH 8,0. A boa circulação é essencial para manter os cistos em suspensão. Um recipiente em forma de V seria o ideal mas duas garrafas de 1 litro funcionam muito bem. O melhor que encontrei foram colunas de separação encontradas em qualquer fornecedor para laboratório mas, infelizmente, são muito caras. Cole uma válvula na tampa da garrafa (pode ser registro usado em compressores) e inverta a garrafa. Dessa forma cistos não eclodidos, carapaças vazias e náuplios poderão ser separados mais facilmente. Outra idéia que eu recomendaria, que foi dada por Ken Cunningham, é a de usar garrafas de cerveja. Algumas das quais possuem um ponto cônico na parte inferior. Ken coloca três ou quatro delas em um recipiente de 40 litros e as aquece pelo método de “banho Maria”. Coloca tubos de ar rígidos dentro delas, sem pedra porosa, e os conecta através de mangueiras flexíveis a um distribuidor múltiplo. Temperatura de 27°C e luz brilhante o tempo todo. Em cada garrafa coloca-se ½ colher de chá de sal, ½ ou ¼ de cistos e deixa borbulhando por 24 horas. Para colher os náuplios, desconecte a mangueira flexível, deixe o tubo rígido dentro da garrafa e tire a garrafa de dentro do “banho maria”. Deixe a garrafa no escuro por 10 minutos e então sifone as artêmias usando uma mangueira de aquário, para um recipiente contendo água doce, para enxaguar. Usando as garrafas em rotatividade, é possível ter artêmias recém eclodidas a toda hora.

Existem vários métodos para se eclodir cistos de artêmia. Uma vez que você tente algum método próprio para tentar eclodir os cistos, provavelmente seu resultado será tão bom quanto ao de qualquer outro método já utilizado. Não tenha medo de experimentar! A porcentagem de cistos eclodidos está diretamente ligada à qualidade da água, circulação e origem dos cistos. Recipientes com fundos planos possuem áreas mortas (sem circulação de água) não sendo indicados para se conseguir altas taxas de cistos eclodidos. Existem de 200.000 a 300.000 náuplios por grama de cistos, deste modo, ½ colher de chá em dois litros de água é mais que o suficiente para se manter um aquário tropical. Com a instalação de duas ou mais garrafas, uma começando em um dia e outra noutro, você poderá ter um fornecimento contínuo de náuplios recém eclodidos para aquele aquário de recifes. Esse é o método que costumávamos usar quando eu trabalhava na Scripps Aquarium. [Início]

3. Colheita

Para colher os náuplios, basta desligar o ar ou retirar a pedra porosa de dentro do recipiente e deixar assentar por 10 minutos. Os náuplios recém eclodidos vão se concentrar logo acima dos cistos não eclodidos que se encontrarão no fundo do recipiente. Visto que os náuplios recém nascidos são atraídos pela luz, direcionando uma lanterna no centro do recipiente você irá concentra-los onde será mais fácil sifoná-los. Você poderá também drenar os cistos que estão no fundo usando a válvula que você instalou e depois drenar os náuplios para outro recipiente. Os cistos não eclodidos não deverão ser jogados fora, pois poderão ser utilizados em uma próxima cultura, visto que parte deles ainda poderão eclodir. [Início]

4. Alimentação

Visto que as artêmias possuem filtros não seletivos (não escolhem o que retiram da água), uma ampla variedade de alimentos têm sido usada com sucesso. O critério para se escolher o tipo de comida é baseado no tamanho da partícula, digestibilidade e solubilidade (leite em pó não funciona). Os alimentos mais utilizados incluem microalgas, tais como nanochloropsis e uma ampla variedade de alimento inerte, o que é mais prático para nós aquaristas. Deve-se tomar cuidado para não superalimentar o tanque. Entre os alimentos inertes usados estão fermentos, tanto ativos como inativos (os fornecedores para cervejarias são a melhor fonte; o fermento de padaria é muito caro!), pó de arroz, farinha de trigo, farinha de soja, farinha de peixe, gema de ovo, fígado homogeneizado e soro de leite. Eu nunca utilizei os últimos quatro. Microalgas secas tal como spirulina também tem sido usadas com sucesso e podem ser encontradas em lojas de produtos naturais, mas são um pouco caras.

Uma maneira simples de se medir a quantidade de comida que colocamos no tanque é observar a transparência da água. Isso é feito com um bastão graduado em centímetros com um disco branco e preto preso em uma das extremidades. Introduza o bastão no tanque com o disco voltado para baixo. A profundidade onde o contraste entre o branco e o preto desaparecem mede a intensidade de luz que penetra dentro do tanque. Quanto mais partículas estiverem em suspensão na água, menor será a transparência ou visibilidade. Com uma densidade de 5000 náuplios por litro, a transparência deverá ser de 15 a 20 cm na primeira semana e de 20 a 25 cm nas seguintes. Sem dúvida seria melhor se mantivéssemos uma quantidade ideal de alimento o tempo todo, dessa forma uma alimentação freqüente ou um gotejando contínuo seria fundamental para um crescimento ideal. O alimento não é consumido diretamente, é transferido para a boca em forma de pacotes. O espaço entre as pernas de uma artêmia alarga-se à medida em que as pernas se movem para a frente. A água é sugada para dentro dele e pequenos filtros capilares coletam as partículas, inclusive alimento, do fluxo entrante. Quando retorna, a água é expulsa e a comida é retida na abertura. Essa abertura possui glândulas que secretam material adesivo que aglomera a comida em bolinhas e então os capilares levam essas bolinhas em direção à boca. O tamanho ideal do alimento deve estar entre 50-60 mícrons. [Início]

5. Artêmias adultas

Quando alimentamos peixes grandes ou invertebrados, a artêmia adulta é preferida ao invés do náuplio. Por ser 20 vezes mais pesada que o náuplio, a artêmia fornece mais alimento. Existe um mito de que a artêmia adulta não é tão boa para o peixe quanto o náuplio, mas embora haja um pouquinho de verdade nisso, isso vai depender do que ou de quem você estiver alimentando. As artêmias recém eclodidas são ricas em gordura, cerca de 23% de seu peso seco. No estágio juvenil este índice cai para aproximadamente 16% e quando são quase adultas, esse índice cai para mais ou menos 7%. Por outro lado, as proteínas aumentam para substituir a gordura perdida nesta fase, passando de 16%, em uma artêmia recém eclodida, para 63% em uma artêmia adulta. Baseado nisso você deverá determinar o que é melhor para o seu peixe. Os alevinos precisam de uma taxa alta de gordura para crescerem saudáveis, enquanto que os adultos e os mais velhos necessitam de proteínas para se manter saudáveis e para a reprodução. Além disso, os náuplios são conhecidos por terem deficiência em vários aminoácidos essenciais, enquanto a artêmia adulta é rica em todos os aminoácidos essenciais, portanto, a artêmia adulta provê mais biomassa e é mais completa nutricionalmente do que o náuplio.

O melhor modo de cultivar artêmias adultas é conseguir um aquário de 40-80 litros. Pegue uma folha fina de fórmica e coloque no fundo do aquário criando um fundo oval. Isso é feito para eliminar as áreas mortas já mencionadas e melhorar a circulação da água. Cole todas as bordas com silicone. A circulação pode ser aumentada colando-se uma divisão no meio do tanque. Melhores taxas são obtidas com a boa circulação de alimento, distribuição dos cistos e forte aeração. O próximo passo é o mais difícil de se descrever sem desenhos. Você precisará fazer 6 ou 8 tubos de ar, dependendo do tamanho do aquário, que ficarão em pé dentro do aquário. São tubos simples, de 1 polegada em PVC, cortados a 45º na parte inferior com um cotovelo de 90º na parte superior. O nível da água deverá alcançar até a metade do cotovelo com a parte inferior do tubo tocando o fundo do aquário. Fure a parte do cotovelo de cima para baixo de modo que você possa colocar uma mangueira de ar até o fundo. Cole os tubos no centro do aquário de modo que os cotovelos de 90º fiquem todos na mesma direção a um ângulo de 45º ao divisor. Você criou então um mecanismo que movimentará constantemente a água em sentido horário ou anti-horário. Aqui é onde eu devo trazer à tona o assunto da aeração. Resista à tentação de usar aquelas pedras porosas de madeira para aumentar a taxa de aeração, pois embora elas produzam belas bolhinhas e criem uma excelente circulação de água, estas mesmas bolhinhas poderão acabar com as artêmias. Isso porque as bolhas podem alojar-se em seus apêndices de natação ou até mesmo ser ingeridas pelas artêmias, fazendo com que elas flutuem, impossibilitando-as de se alimentarem e por fim levando-as à morte.

Quando se tratar de produção em pequena escala, a filtração não se faz necessária visto que não se tem grandes problemas quanto à qualidade da água. Caso se sinta tentado a realizar a filtração, isso exigirá que a água transborde através de uma telinha para um reservatório ou para um cartucho de filtragem. A aeração moderada com pedras porosas (que soltam bolhas grossas) ou nenhuma, boa qualidade da água e limpeza são fatores importantíssimos para se obter altas taxas de artêmias adultas. Visto que as artêmias se alimentam constantemente, um crescimento mais rápido e melhor será alcançado se forem alimentadas várias vezes ao dia ou continuamente. Melhores taxas de crescimento também são alcançadas a uma temperatura de 25-30ºC, densidade entre 1.025-1.030 e baixa luminosidade. Lembre-se que as artêmias são atraídas pela luz forte, portanto se você instalar aquela lâmpada de halóide de 175 W que você retirou de um aquário de recifes, os pequenos malandrinhos irão aumentar as suas atividades natatórias, desperdiçando energia e diminuindo assim a taxa de crescimento. Em baixa luminosidade as artêmias irão se espalhar por toda a coluna de água, nadando vagarosamente e alcançando uma conservação de alimento mais eficiente. [Início]

6. Manutenção

Por se tratar de um volume muito pequeno, a qualidade da água pode deteriorar-se muito rapidamente quanto ao aumento de biomassas. O problema acontece normalmente devido à superalimentação, o que leva a um baixo nível de oxigenação. Existe uma linha muito fina entre a alimentação ideal e o extermínio do nosso tanque, especialmente quando usamos alimentos inertes. Para superar este problema você precisa cuidar do seu tanque dando a ele a mesma atenção dada ao seu aquário. Eis o que você deve fazer: Limpe o fundo a cada 2 dias. Para isso desligue o ar, deixe o tanque repousar e use novamente aquela lanterna (funciona melhor à noite). Agora sabemos o que nossos amiguinhos irão fazer. Enquanto isso sifone a sujeira do fundo do tanque. Lembre-se que eles irão “mudar de roupa” 15 vezes até se tornarem adultos. É aconselhável que se troque 20% de água por semana. [Início]

7. Pequenos problemas

“Minhas artêmias eclodem e em seguida morrem”. As causas podem ser várias: A aeração é insuficiente levando-as à asfixia, você não resistiu à tentação e usou aquela pedra porosa de madeira que eu falei para você não usar, ou elas morreram por falta de alimento. O estado de saúde pode ser checado por se observar como elas nadam. Ilumine o tanque com uma lanterna para que elas se concentrem rapidamente no foco de luz, se isso acontecer é um bom sinal. No entanto, natação dispersada e lenta indicam que as coisas estão indo para o brejo. Se você tiver acesso a um microscópio, poderá observar seus aparelhos digestivos, que deverão estar cheios de comida, (supondo que você as tenha alimentado, é claro). Se os apêndices de natação e a boca estiverem limpos é um bom sinal, mas se estiverem cobertos por partículas, isso é ruim. Isso pode ocorrer devido à má procedência da comida ou devido à condição fisiológica das artêmias. Uma outra razão sugerida é que pode ter ocorrido uma infecção por vírus, mas muito pouco se sabe a esse respeito e seria impossível para nós aquaristas confirmar se isso aconteceu. Veja a seção de desencapsulamento no final desse FAQ. Crescimento lento - A temperatura está muito baixa, o pH está fora, a salinidade está fora, a comida é inadequada ou perdeu a qualidade. [Início]

8. Armazenamento de artêmia

As artêmias podem ser armazenadas de diversas maneiras. Uma artêmia adulta sobrevive por muitos dias no refrigerador. Caso opte por refrigerá-las, não se esqueça de aquecê-las e dar-lhes a última refeição antes de você alimentar seus peixes. Isso irá restaurar suas qualidades nutricionais, afinal elas estiveram famintas durante alguns dias. Você poderá também congelar os náuplios, mas isso irá matá-los. Uma forminha de gelo funciona perfeitamente. Utilize água salgada (7-8 ppt) para congelá-los e obter melhores resultados. O congelamento é muito prático, pois tudo o que tem a fazer é jogar um cubinho de artêmias no aquário e você terá um excelente fornecimento de comida que durará um bom tempo. Você deve tomar cuidado para não superalimentar o aquário, pois as artêmias afundam e se decompõem rapidamente comprometendo a qualidade da água. [Início]

9. Descapsulando cistos

Tendo sido interrogado várias vezes de como e por que isso é feito, eu decidi adicionar esse procedimento no fim deste FAQ. Este é um processo complicado e poucas pessoas escolherão executá-lo. Separar os náuplios de suas cascas pode ser desejável por muitas razões. As cascas dos cistos são indigestas e podem se hospedar no intestino de predadores causando obstruções fatais. Especulações apontam as cascas como sendo forte fonte de contaminação bacteriana. Acredita-se que o conteúdo nutricional do náuplio descapsulado é maior porque ele não precisa gastar energia para quebrar a casca e sair dos cistos. Também a taxa de eclosão aumenta e por fim, os cistos recém descapsulados podem ser servidos a filhotes pequenos demais para se alimentar de náuplios. Durante tantos anos lidando com esses sujeitinhos, eu nunca ouvi falar em alguém que tivesse tido problemas com qualquer uma das duas primeiras razões. Certamente poucas lojas de aqüicultura se aventuram a enfrentar a dificuldade de descapsular artêmias. A descapsulação se divide em quatro etapas:

    * Re-hidratar os cistos;
    * Lidar com a solução para descapsulamento;
    * Desativar o cloro residual;
    * Cultivar os embriões.

Os cistos, quando secos, têm uma pequena cavidade em suas cascas dificultando assim removê-las por completo. Por essa razão, eles são primeiramente re-hidratados para assumir uma forma esférica. Os cistos devem ser re-hidratados em água doce mole ou destilada a uma temperatura de 25ºC por 60 a 90 minutos. Quanto mais baixa a temperatura, maior o tempo para re-hidratá-los. Mas nunca os deixe por mais de 2 horas na água, não importa qual a temperatura, pois após esse período alguns dos cistos terão reiniciado seus metabolismos e não sobreviverão ao processo de descapsulamento. A re-hidratação deverá ser feita no mesmo recipiente usado para cultivar cistos pelos mesmos motivos de circulação e aeração. Após a re-hidratação, os cistos deverão ser filtrados com uma telinha de 100-125 mícrons e enxaguados, mas essa etapa poderá estar perdida se você não possuir a telinha! O melhor é descapsulá-los imediatamente, mas se for necessário os cistos poderão ser refrigerados por várias horas.

Durante o processo de re-hidratação, você precisará preparar uma solução de cloro. Qualquer alvejante doméstico ou cloro em pó para piscina misturado com água salgada serve. Como pré-requisito para descapsulação, os cistos deverão ser colocados em uma solução pré-resfriada a 4ºC com um pH 10, consistindo em 0,33 ml de Hidróxido de Sódio (NaOH) e 4,67 ml de água do mar por grama de cistos (você provavelmente vai gastar um bom tempo tentando encontrar NaOH puro). A solução é preparada dissolvendo-se 40 g de NaOH em 60 ml de água doce. A descapsulação ocorrerá quando você acrescentar 10 ml de alvejante na solução. Você precisará de um termômetro porque a solução irá liberar calor. É importante manter a solução entre 20-30ºC. Se começarmos com a solução pré-resfriada, fica muito mais fácil manter a temperatura dentro do limite. Se necessário, um cubo de gelo poderá ser utilizado para ajudar a baixar a temperatura. Uma segunda forma de descapsulamento é adicionar 0,70 gramas de Cloro em pó seco usado em piscinas por grama de cistos. Nesse caso a solução será de 0,68 gramas de Carbonato de Sódio em 13,5 ml de água. Fica mais fácil se você dividir a quantidade de água em duas partes, adicionando Carbonato de Sódio na primeira e Cloro na segunda. Deixe que dissolvam e reajam, o que causará um precipitado. Refrigere as duas soluções, misture e então adicione os cistos. Durante a descapsulação, mexa a solução continuamente para minimizar a formação de espuma e para dissipar o calor.

Note que a cor da solução mudará de marrom escuro para cinza, depois branca e então para um laranja claro. Essa reação leva normalmente de 2 a 4 minutos. Com o Hipoclorito de Cálcio, os cistos mudarão apenas para o cinza e levará cerca de 4 a 7 minutos. Os cistos deverão ser retirados depressa da solução, logo depois que as membranas dissolverem, conforme indicado pela cor laranja claro ou cinza, caso contrário você simplesmente dissolverá o cisto inteiro em vez de só a casca exterior. O Cloro deve ser removido em água doce ou salgada até eliminar totalmente o odor de Cloro. O Cloro residual prende-se nos cistos e precisa ser neutralizado. Isso é feito lavando-se os cistos em Tiossulfato de Sódio a 0,1% (0,1 grama em 99,9 gramas de água) por um minuto. Como método alternativo usa-se Ácido Acético (1 parte 5% de vinagre para 7 partes de água). O primeiro método funciona melhor, porém o segundo é mais fácil visto que os materiais podem ser encontrados em qualquer cozinha. Os cistos são então lavados novamente com água doce ou salgada e colocados no tanque de cultivo e cultivados como artêmia comum.

Os cistos recém-descapsulados poderão ser guardados na geladeira por no máximo 7 dias e então serem cultivados. Para um armazenamento mais prolongado, os cistos precisarão ser desidratados. A desidratação de cistos descapsulados é feita transferindo-se um grama de cistos descapsulados para uma solução de sal saturado, de 330 gramas de sal para 1 litro de água. Areje isso usando uma mangueira de ar por 18 horas, trocando a solução a cada 2 horas. A água contida nos cistos será liberada através de osmose, deste modo é importante manter a concentração de sal bem alta. Após 18 horas, os cistos terão perdido 80% da água de suas células. Interrompa o fluxo de ar e deixe tudo assentar, depois filtre os cistos. Estes cistos poderão então ser colocados em um recipiente com água e sal, hermeticamente fechado, e guardado no freezer ou geladeira. Cistos com 16 a 20% de água nas células poderão ser guardados por alguns meses sem queda na taxa de eclosão. Para um armazenamento mais prolongado, você deverá reduzir essa taxa de água para menos de 10%. [Início]
Kai Schumann (tradução - Anderson Grossi)

(Nota do Tradutor - Agradeço o privilégio que tive em traduzir esse FAQ e contribuir para o crescimento do site. Gostaria também de agradecer ao Renato Passos (Fractal) a quem devo todo o meu sucesso em criar esses "bichinhos". Sem a ajuda dele eu não teria localizado o FAQ. - A.G.)

fonte: http://www.aquahobby.com/articles/b_artemia.php#2

Fibra de Côco Caseira

COMO FAZER FIBRA DE COCO
Por novato

Olá brothers,
digo que é possível fazer fibra de coco em casa pois também tive dificuldades de encontrar e tive que partir para uma alternativa caseira. Pra falar a verdade eu acredito que com criativade podemos substituir, sem perder a eficiência, um monte de coisas que pagaríamos uma fortuna (mas não pense que você fará uma HPS em casa). A fibra de coco é uma das coisas substituíveis que falo.

Bom chega de blábláblá e vamos lá:

Materiais necessários para obter uns 200/400G de fibra de coco

- 4 cocos verdes sem água
- 1 faca grande ou facão
- 1 marreta ou martelo pesado
- 2 sacos de lixo médios (50L)
- pote com 300 ml de vinagre

Procedimento
Corte cada um dos cocos ao meio e raspe toda a polpa branca (se quiser pode comê-la é uma delícia) e em seguida marrete as partes raspadas sem esmagá-las apenas abrindo um pouco da fibra (você verá fibras na vertical e horizontal).

Após as fibras estarem visíveis você deverá lavá-las em água corrente e em seguida coloque-as para secar, coloque-as dentro do saco de lixo sem fechar.

Em cerca de três dias elas estarão secas, é hora de separar as fibras da casca. Arrenque-as e coloque num pote com 300 ml de vinagre por 30 minutos (para matar bactérias e fungos).

Em seguida lave em água corrente e aperte a fibra com as mãos, repetindo o processo duas vezes. Por fim aperte bem a fibra para escorrer o excesso de água e coloque-a para secar no saco de lixo.

Quando secar a fibra estará pronta. Você poderá deixalá moída ou usar em tiras grandes

Dicas de utilização da fibra

Estou usando a fibra de coco caseira há um mês e não tive problemas.

Apenas descrevo alguns cuidados para quem pretender usar fibra, caseira ou encontrada em lojas, no cultivo:

- Não cultive num ambiente apenas com fibra, ela é inerte (sem nutrientes)

- Utilize com cautela, pois ela retém água e sais (pode dar um overwater ou overfert na sua planta.

- O intervalo entre cada regada será maior, não esqueça.

- É interessante colocar um pouco solta no topo do vaso

fonte: http://www.cannabiscafe.net/foros/showthread.php?t=64863